De acordo com Bruno Garcia Redondo, nos últimos anos, a proteção de dados passou de uma preocupação técnica restrita ao setor de TI para uma questão central de governança, negócios e até geopolítica. Com o crescimento exponencial da coleta, armazenamento e compartilhamento de informações pessoais e corporativas, os riscos associados ao vazamento, uso indevido ou sequestro desses dados aumentaram consideravelmente.
Empresas enfrentam perdas financeiras e danos à reputação quando sofrem violações de dados, enquanto indivíduos veem sua privacidade ameaçada em escala sem precedentes. Governos em todo o mundo têm respondido com legislações rigorosas, como o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR) na Europa e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil, refletindo o entendimento de que dados são o novo petróleo — valiosos, porém perigosos se mal administrados.
Como as ameaças digitais estão evoluindo?
As ameaças digitais deixaram de ser ataques esporádicos de hackers isolados e se transformaram em operações altamente organizadas, muitas vezes patrocinadas por Estados-nação ou envolvendo redes criminosas transnacionais. O cibercrime está cada vez mais sofisticado, empregando inteligência artificial, engenharia social e ransomware como ferramentas recorrentes.
Além disso, Bruno Garcia Redondo explica que as ameaças não se limitam mais aos dispositivos convencionais; com o crescimento da Internet das Coisas (IoT), carros conectados, casas inteligentes e wearables também se tornaram alvos potenciais. Essa expansão da superfície de ataque exige uma abordagem nova e proativa para a segurança cibernética, onde prever e mitigar riscos se torna tão importante quanto detectá-los.
Quais são os principais desafios enfrentados pelas empresas?
Empresas enfrentam o desafio constante de equilibrar inovação e segurança, pontua Bruno Garcia Redondo. Por um lado, precisam oferecer experiências digitais personalizadas e eficientes, que exigem coleta e análise de grandes volumes de dados. Por outro, devem garantir que essas informações estejam protegidas contra acessos não autorizados e perdas.
O desafio é ainda maior para pequenas e médias empresas, que muitas vezes não possuem recursos técnicos ou financeiros para investir em sistemas robustos de cibersegurança. Outro obstáculo relevante é a escassez de profissionais qualificados na área de segurança da informação, um gargalo que pode comprometer a resiliência das organizações em um ambiente digital cada vez mais hostil.
Como a inteligência artificial pode ajudar (ou atrapalhar)?
A inteligência artificial (IA) representa uma faca de dois gumes na questão da segurança de dados. Por um lado, algoritmos de IA são capazes de detectar padrões anômalos e prevenir ataques em tempo real com muito mais eficiência do que sistemas tradicionais. Ferramentas de aprendizado de máquina podem identificar comportamentos suspeitos e responder automaticamente a tentativas de intrusão.
Por outro lado, os mesmos recursos podem ser usados por cibercriminosos para criar malwares mais inteligentes ou conduzir ataques altamente direcionados com base em perfis comportamentais. Segundo Bruno Garcia Redondo, a chave está em desenvolver frameworks éticos e seguros para o uso da IA, assegurando que ela seja empregada para proteger, e não violar, os direitos dos indivíduos.
Por fim, a preparação para um futuro digital mais seguro começa com a conscientização de que a proteção de dados é uma responsabilidade compartilhada entre governos, empresas e cidadãos. Para Bruno Garcia Redondo, a adoção de boas práticas, como autenticação multifatorial, atualização constante de sistemas, backup seguro e políticas claras de privacidade, são passos fundamentais.
Autor: Grod Merth
